quarta-feira, 9 de julho de 2008

09 de julho 2008

Um dia feriado, com sol...lindo dia! E eu aqui, nesse sarcófago...
Bem, prá nao "desvirtuar" o propósito deste blog, nao vou falar sobre oque estou sentindo ou pensando em fazer. Vou me ater no que a mae anda "aprontando", por conta da DA. Na verdade, embora eu continue certa de que muito é pura ruindade e nao tenha nada a ver com a enfermidade, algumas coisas no entanto merecem ser destacadas e que isso sim, faz parte da DA. Outro dia, minha sobrinha veio aqui para deixar minha sobrinha-neta passar a noite com a bisa. Milagrosamente veio com ela, outra neta...e entraram em casa!! Digo milagrosamente porque ninguém, ninguém mesmo, tem prazer em vir à nossa casa, e muito menos ver a mae. Quando vem alguém aqui é por pura "obrigaçao" familiar, nao mais que isso - porque afinal, foi isso que a mae plantou durante toda sua vida. Agora colhe. E eu, que infelizmente estou junto, colho também (mas isso vai mudar, o se vai...pq assim que eu puder, caio fora!). Bem, voltando à mae: ela conversava com a neta, contando um acontecimento, mas misturando tudo...dizia à neta que ela (mae) e o pai dela (da neta, ou seja, seu filho), por terem quase a mesma idade...Bem, nessa altura a neta olhou pra mim sem entender nada e eu entrei no assunto, esclarecendo - a mae estava confundindo o tempo e os personagens da narrativa. Na verdade ela se referia ao irmao dela, o fato havia acontecido na infancia...Enfim, a história terminou de maneira que a mae nao ficasse chateada por confundir tudo -eu, como sempre, procurando fazer as coisas nao serem tao crueis para ela. Mais tarde, ainda na mesma reuniao ...no meio da conversa ela entra com um assunto que nao tinha absolutamente nada a ver com o que era conversado... mas nada mesmo! Nao me recordo bem oque ela disse, mas era totalmente fora do assunto e absolutamente sem nexo. Eu sinto que as coisas estao piorando, lentamente piorando... e o pior, por mais que eu leia, pesquise, procure me informar para poder oferecer melhor qualidade de vida a ela (coisa que ninguém tem interesse em saber!) ou para tentar sei lá o que para que a enfermidade nao avance - ou ao menos que seja um processo mais lento - nao consigo colocar nada em prática, nem as coisas mais simples, porque ela simplesmente, com sua ruindade nata, dá "cortadas" violentíssimas em mim. E isso porque ela nao sabe que tem a DA...porque se souber, aí sim o inferno se instalará na casa... afff. Que fazer?
sigo pensando que o melhor será eu e meu filho sairmos daqui...antes que eu me enferme tb.

Um comentário:

Rodrigo A. de Freitas disse...

Maria, admiro a força que você está tendo nesse momento. Aprendemos que o alzheimer acentua aquilo o que a pessoa foi a vida inteira, por isso imagino como está sendo difícil essa sua luta com o temperamento da sua mãe.

Boa sorte e faça o que acha que seja melhor, ninguém mais além de você tem idéia do que está você passando.