terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

e o processo continua...

Mais um ano terminou...outro começou...e a situação por aqui continua desgastante. A mãe cada dia esquecendo mais rapidamente...Até pouco tempo se ela ouvisse uma notícia, conseguia reproduzir...Agora mal acaba de ver alguma coisa na TV e já não sabe o que viu. Isso é triste. E irritante também, porque ela está vendo e perguntando do que se trata....mas o jeito é "engolir em seco",  nos armar de paciência e explicar, porque ela não faz de propósito, é claro.
Domingo fomos lanchar na casa da minha irmã...ai ai ai...de repente a mãe resolveu contar um fato da sua infância que a familia toda já conhece de cor e salteado. Mas enfim, todos ouviram novamente, alguns comentários atenciosos foram feitos...mas até o final do lanche ela havia repetido bem umas 20 vezes.
Nunca dizemos a ela que ela já acabou de contar, pois isso constrange, temos pena e porisso tentamos mudar o assunto, discretamente. Antes até adiantava esse recurso, agora não mais, pois ela volta ao "tema" do dia e fim. Para quem a vê pouco é até suportável, mas pra mim a cada dia fica mais insuportável, pois estou em contato direto. Minha sorte é que viajamos bastante nos finais de semana, então eu vou num carro e a mãe em outro...e tanto na praia quanto no sítio nunca estou sozinha com ela. São momentos que aproveito
para tentar relaxar um pouco. Minhas irmãs fazem a minha parte e eu descanso.>













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terça-feira, 8 de novembro de 2011

a luta continua

Antes de começar meus relatos quero agradecer às pessoas que tem me acompanhado pelo blog e que deixam seus comentários nas postagens. Não estamos sozinhos nessa luta, isso é bom de se lembrar, sempre.
...............
A situação com minha mãe continua, para quem não convive diariamente, a mesma coisa. Mas para quem está bem próximo não...a cada dia ela esquece mais rapidamente os assuntos presentes, fixando seu pensamento e palavras em coisas do passado. Parece que ela "escolhe" um tema para o dia e fala, fala, fala,  repete seguidamente...oh! Só por Deus mesmo é que eu aguento!!!
Estou aprendendo, a duras penas, não me incomodar tanto. Claro, ultimamente estou sendo medicada - vou todo mes à psiquiatra que me receitou um antidepressivo que realmente me faz um bem enorme. Relutei em buscar ajuda, mas no final das contas percebi que não ia me ajudar em nada´, ao contrário, eu estava mesmo era me prejudicando...muito stress, angústia, desânimo, questionamentos, culpas, enfim...eu estava entrando num processo de síndrome do pânico. Querendo ou não, o cuidador de um portador do DA tem, necessáriamente, que buscar ajuda também.

A Wilma, que fez um comentário, diz que a mãe sempre foi agressiva e agora potencializou...querida, tranquilize-se - tudo passa um dia. Se vc chegou a ler as primeiras postagens do blog vai ver que eu estava em crise justamente porque não suportava as agressividades da mãe...Hoje percebo, tristemente, que precisou que ela desenvolvesse esse mal para que pudéssemos nos dar bem...porque a fase da agressão já passou. Atualmente minha mãe está  "um doce de pessoa"... , tudo o que sempre sonhei em ter como mãe e nunca tive, nem eu nem meus irmãos, claro!

A medicação agora é o Exelon de 6,0mg.  Fizemos os exames ´de rotina semana passada e os resultados foram espetaculares, tudo nela vai muito bem, obrigada... só mesmo a memória que a cada dia a afasta mais e mais do mundo real.
Até quando? não sabemos. O jeito é ir levando.




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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

um dia muito triste

O dia hoje amanheceu bonito, com sol...apesar de um resfriadinho chato, comecei a faxinar o meu apto. que anda deixado de lado por causa dos muitos trabalhos artesanais que tenho por fazer.
Bem, oque chateou muito agora há pouco foi a triste notícia que recebi da parte de uma de minhas irmãs...Ela veio até o apto. da mãe para dar o jantar, já que eu precisei sair para dar uma aula de reforço escolar. Oque ela me disse foi algo que sabíamos que um dia aconteceria, só não esperávamos (bem lá no fundo) que isso pudesse acontecer com a "nossa" mãe. Parece irreal, um pesadelo. A minha preocupação sempre foi que um dia eu poderia ir até a mãe e ela não me reconhecer, mas aconteceu ontem à noite com a minha irmã. A mãe simplesmente conversou (sobre os mesmos assuntos de sempre: os que já são falecidos), mas falava como se a minha irmã fosse uma de minhas tias... ela se referia aos irmãos falecidos como se somente ela e essa minha tia estivessem vivas.
Com jeitinho minha irmã foi explicando o equívoco e então a mãe parou de falar, olhou pra ela e disse..."ai...estou confundindo tudo, deixa eu pensar ..."...e logo em seguida disse "não adianta, esqueci tudo", não sei nem do que estava falando. Minha irmã deu voltas no assunto para que ela não se preocupasse, mas depois de um tempo ela voltou a se referir à minha irmã como sendo a minha tia (a ultima que faleceu, agora só minha mãe está viva). ISSO É ABSOLUTAMENTE LAMENTÁVEL, TRISTE, ANGUSTIANTE.
Mas é a vida. Infelizmente temos que passar por essas coisas...faz parte. Só Deus pra nos dar forças.
abç

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sábado, 4 de junho de 2011

abaixo assinado - grupo alzheimer -

Querido leitor - visite http://alzheimeronline.com.br/ e vá até ABAIXO ASSINADO.

Conheça o trabalho do grupo, as propostas, as ações...PRECISAMOS NOS UNIR para que haja uma interferencia a nivel de Governo Federal...

A causa é nobre, a luta e grande...só venceremos com a UNIÃO!!

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04 de junho 2011 - mãe costurando...

Um amigo nosso estava precisando que alguém fizesse bainha numa imensa toalha de mesa (imensa mesmo...5m x 1,60m)...me prontifiquei a fazer o trabalho mas depois tive a ideia de colocar a mãe pra costurar em sua velha máquina (a pedal).

E não é que deu certo?? Ontem subi e levei a tal toalha...expliquei o que era pra ser feito e desci pro meu apto. Voltei uns 10 minutos depois pra ver como as coisas estavam indo...e a mãe ainda não havia começado a costurar, pois não conseguia colocar a linha na agulha. Enquanto eu a colocava, eis que ela me disse:  "nossa! só agora me lembrei que tenho óculos!". Bem, ela fez um dos lados e parou para o almoço e claro, se esqueceu totalmente da toalha. No final das contas, fez todo o trabalho e bem caprichado! Fotografei. Expliquei que era para que depois ela não dissesse pro nosso amigo que "nunca ví essa toalha"... Ela riu e se deixou fotografar.
TEnho tido essa atitude ultimamente...falo oque vou fazer e porque - porque ela esquece, porque ela teima, porque ela tá parecendo criança...falo em tom de brincadeira, ela rí muito e não se importa com nada.



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04 de junho 2011 - colocando o blog em dia.

Marquei, há um bom tempo, uma consulta com uma terapeuta ocupacional, já que minha mãe aos poucos foi parando com todas as atividades artesanais que tanto gostava de fazer: o ano todo ela ia preparando panos de prato para no Natal oferecer no mínimo 6 a cada uma das mulheres da família - filhas, noras, netas, namoradas dos netos...amigas da familia. Todos decorados, com barradinhos em crochê, etc e tal. Aos poucos foi parando, parando...hoje não se lembra mais como fazia os biquinhos, os trabalhos. Nem tricô (suas sapatilhas de lã para dormir eram famosas), nem bordado. Nada. Passa o dia olhando pro teto, vê pouca TV porque não gosta de mais nada, não lê mais nada também. Dorme bastante. Muito mesmo. Bem, marquei a consulta e ela não aceitou ir, de maneira alguma...ainda estava na fase das birras e teimosias.
Resolvi então que eu mesma tentaria incentivá-la a fazer algum artesanato. Nada feito.
Mas agora, na fase da "não reação" a nada, aceitou fazer alguma coisa. Comprei panos de prato de saco, brancos, fiz o contorno de pequenas galinhas com tinta dimensional e então pedí à mãe que pintasse com tintas bem coloridas... DEU CERTO!! Abaixo vcs poderão ver os panos de prato pintados por ela, sob minha supervisão:

Foram 9 panos de prato. Embrulhei bem bonito e levamos de presente pra minha irmã, para levar pro sítio...Quando chegamos à casa da minha irmã, entreguei e disse que havia sido pintado pela mãe...ao que a mãe imediatamente perguntou: "eu pintei?? quando isso??? eu não sei pintar...nunca ví esses panos de prato...". Bem, ela pintou durante a tarde e levamos pra minha irmã à noite!!! Agora vou começar a fotografar tudo que ela fizer...só assim ela acreditará...rs rs.


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04 de junho 2011 - fatos interessantes

Nesta nova fase de enfermidade da minha mãe, notamos que ela não reage negativamente a nada...Antes, pra irmos pra casa da praia de minha irmã, era um verdadeiro "baile". Ela não queria ir, brigava, teimava, deixava todos extremamente nervosos, aborrecidos...era um horror. Hoje simplesmente chego até ela e digo que vou fazer as malas porque vamos viajar. Simplesmente ela não diz nada contrário, até ajuda procurando alguma roupa, etc. Também não fica insistindo pra voltarmos, não reclama de nada, absolutamente nada. Ama ficar arrancando matinhos da horta, varrendo o deck da piscina, molhando as plantas...se distrai. Come o que oferecemos - e temos o cuidado de preparar a alimentação dela do jeito que ela gosta.
Costumamos intercalar os finais de semana, já que minha irmã tem um sítio numa cidade próxima aqui de S.Paulo e alí minha mãe não dá trabalho nenhum nenhum...só os óbvios - temos que ficar de olho o tempo todo, senão ela é capaz de tentar subir em árvores, balançar no balanço da bisneta (que por sinal fica próximo do lago), enfim...é uma criança a ser cuidada. Fora isso, não dá trabalho mesmo. Tendo a comida pastosa, as bananas, o leite...e muito matinho pra ela arrancar e "mudas" de tudo que é coisa pra ela trazer pra s.p. e plantar na sacada do apto. onde mora...está tudo bem!

e a vida segue...Veja fotos:

minha irmã e minha mãe voltando de uma caminhada pelo sítio



mãe arrancando matinhos ao redor da casa do sítio
mãe e sua mudinhas de plantas...

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