terça-feira, 29 de julho de 2008

recomeçando...

Hoje estou mais animada. Sendo assim, vou recomeçar a sair com minha mae para passeios no parque, que eu havia interrompido há vários dias. Estou animada porque parece que vou conseguir alugar o apto. que fica no andar de baixo desse onde moramos. Assim, poderei ter "meu canto" com meu filho e minha mae ficará por aqui mesmo. Tenho por certo que será melhor pras duas, ou melhor, pra nós tres: minha mae, meu filho e eu. Continuarei cozinhando e tendo os cuidados normais do dia a dia, mas só em saber que terei momentos de "paz" e que poderei cuidar da minha casa do meu jeito, ter minha privacidade respeitada, nao ser mais "invadida"...nossa!!! isso é tudo de bom. Quanto à mae, claro que teremos que nos ajeitar neste início de mudanças, mas certamente ela nao será abandonada nem descuidada. Nem ficará entrega à propria sorte, nunca ficou nem ficará. Acho até que vai ser muito bom, ela descer pra almoçar....eu subir pra jantar, ela me visitar e eu a ela... Vai ser bom porque eu nao acredito ainda que ela tenha Alzheimer, já que faz o serviço da casa - varrer, limpar pó, cuidar da roupa na máquina, passa tudinho (aliás, motivo de muitas desavenças, já que nao permite que eu faça nada disso - só a roupa é que eu cuido da minha e do meu filho, separadamente, mesmo assim, ela nao me deixa passar a ferro, pois ela é que passa. Quantos aos lapsos de memória...esses continuam, mas...no tempo certo contrataremos uma cuidadora, sem problemas. A qualidade de vida dela - e também a minha e de minha familia - tem que ser cuidada rigorosamente. Porisso o melhor é eu sair e ir viver no outro apto. Assim será, graças a Deus.

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segunda-feira, 28 de julho de 2008

Ateliê de pintura ajuda idosos a combater Mal de Alzheimer

Pois é, hoje estou mais que nunca, inconformada com a dureza do coraçao de minha mae. Estive falando com minha irma neste final de semana, nao acredito que a mae esteja com Alzheimer, por mim levaria a outros médicos, pois embora ela tenha o esquecimento e alguns sintomas típicos da DA, a maioria das coisas que ela faz hoje, tipo birra, fazer exatamente oque sabe que todos nao suportam que ela faça, tocar no ponto-nevrálgico de cada filho, ou seja, cutucar naquilo que ela sabe que fere e machuca com mais intensidade, enfim...isso pra mim nao é DA. E pior que nós sempre ficamos com aquela sensaçao de culpa, de incompreensao, sensaçao de que somos os piores filhos do mundo. Mas eu estou me esforçando para superar essa sensaçao horrível que me acompanha sempre, desde que estou vivendo aqui com ela....e vou "cair fora" daqui. Já estou buscando outro lugar pra morar. Claro,nao vou abandonar, vou ficar por perto, continuar cozinhando pra ela (que por sinal é tao bem cuidada que já engordou mais um pouco...), mas quero - e necessito - ter meu espaço, minha vida. Senao eu morro e ela continua, firme e forte. Sempre se recusando a fazer qq coisa que possa beneficiar alguém... ou a ela mesma.
Mas voltando ao post... hoje resolvi ler tudo que eu possa encontrar, pra ver se encontro explicaçao para as atitudes da mae... e estou encontrando coisas interessantes, que na verdade nao tem nada a ver com ela, mas que poderá ser util a outros cuidadores ou portadores.

Aqui vai:

da Redação do pe360graus.com (05/janeiro/2008)

Um ateliê de pintura mostra que a arte pode ser uma forte aliada no combate às doenças degenerativas da terceira idade. São 15 idosos contando com umas equipe multidisciplinar para melhorar a qualidade de vida e se ressocializarem.
Em 2001 dona Maria da Glóriam, atualmente com 82 anos, começou a ter problemas com a memória. Esquecia nome de parentes e, em pouco tempo, esqueceu como realizar tarefas simples, como cozinhar. Foi nesse momento que seu filho, o artista plástico Monteiro, procurou a ajuda de especialistas.
“Minha mãe estava na cozinha, com o prato de carne na mão sem saber o que fazer. Procurei especialistas e me falaram que a arte poderia ser a soluçai para o problema dela”, contou Monteiro, um dos instrutores do ateliê, que conta ainda como neuropsicólogos e nutricionistas.
Os poucos, os desenhos de dona Maria deixaram de ser abstratos, como os de uma criança do maternal e ganharam traços mais firmes. O convívio com pessoas da mesma idade e com metas em comum fez os problemas de saúde regredirem e trouxe aos idosos uma nova perspectiva de vida.
“Voltei a pensar na vida” declarou dona Maria. Assim como ela, os demais membros da terapia aprendem todo dia a partilhar, a conviver, e claro a pintar de forma alegre. “Esse espaço é importante para eles, pois podem criar novos vínculos, e promover a ressocialização deles. Com isso, o risco de serem acometidos por doenças com Mal de Alzheimer diminui consideravelmente”, contou a neuropsicóloga Ana Cristina Taunay, também funcionária do ateliê.

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antiguinho, mas atual - fumo e Alzheimer

Esse artigo publicado na IstoE de 01/julho/1998 trata dos efeitos do fumo relacionado a DA:
"Mal do fumoFumantes têm o dobro de chance de sofrer Alzheimer

CARLA GULLO
Mais um ponto contra o cigarro. Um estudo realizado por cientistas holandeses mostrou que os fumantes têm o dobro de chance de desenvolver o mal de Alzheimer – doença degenerativa que leva à demência – quando comparados com quem nunca fumou. O tabaco também está associado a outros tipos de demência, provocados por acidentes vasculares, como o derrame. Os pesquisadores acompanharam 6.870 pessoas acima de 55 anos durante dois anos e observaram seus hábitos, como o uso de bebidas, medicamentos e cigarro. A conclusão foi publicada esta semana na revista científica inglesa The Lancet. Os cientistas não esclareceram a ligação entre o cigarro e o Alzheimer. Mesmo porque o objetivo não era estudar o efeito do tabaco no organismo, mas sim uma população submetida a esses danos. "Essa pesquisa é séria e interessante. Mas há outros trabalhos que apontam resultados diferentes. Alguns mostram que o cigarro não tem relação com o Alzheimer", diz o neurologista Paulo Caramelli, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Esse tipo de controvérsia é compreensível, uma vez que a doença é uma das mais estudadas nos últimos anos. Portanto, é natural que se chegue a resultados diversos. Mas, de acordo com Caramelli, essa pesquisa de Roterdã adiciona mais um item na lista de prevenção contra o Alzheimer. Outros trabalhos, como o realizado pelo médico francês Jean Orgogozo, mostram que tomar de três a quatro copos de vinho tinto por dia protege contra a doença. Vindo de um francês, dá para desconfiar, mas parece que os efeitos antioxidantes da bebida podem, de fato, ajudar na prevenção."

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tratamento nao-medicamentoso

Encontrei esse vídeo muito interessante sobre tratamento nao-medicamentoso para portadores de Alzheimer: http://www.youtube.com/watch?v=uic08LY95Vg
Na verdade muito do que esse médico diz e orienta muitos de nós já sabemos...mas é sempre bom lermos mais sobre o assunto.
Eu só gostaria que alguém me dissesse como convencer minha mae de que tudo isso é necessário, que é para o bem dela, que é qualidade de vida... porque já tentei de tudo, nada adiantou, nadica de nada, pois ela realmente nao quer saber de nada. Lamentável.

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Tecnologia avança, memória declina

Tecnologia avança, memória declina
Cristine Gerk, Jornal do Brasil
RIO - Na era da tecnologia, lembrar é uma tarefa delegada a aparelhos eletrônicos, cada vez mais eficazes em alimentar a preguiça de pensar. Números de telefone e compromissos registrados no palm top, alerta sobre aniversários no orkut e no outlook, cultura geral e informações históricas e geográficas no Google. Enquanto somos bombardeados por informações por todos os lados, escolhemos proteger a nossa memória, peneirando ao máximo o que armazenar. O problema é que o estresse muitas vezes nos faz esquecer até desses pequenos dados selecionados a dedo.
– Recorro ao Google o tempo todo por não me lembrar das informações. É coisa demais na minha cabeça, me sinto sobrecarregado e me “dá branco” toda hora – desabafa o estudante de Direito Demétrio Barros, de 24 anos.
As queixas estão ficando cada vez mais freqüentes entre os jovens. Comportamentos comuns em pessoas com mais idade – como levantar para fazer algo e esquecer a tarefa ou chamar alguém para fazer uma pergunta e paralisar sem lembrar a questão – viraram rotineiros já na juventude. Agora vamos para fora de nós mesmos para encontrar as conexões que antigamente fazíamos internamente.
– As pessoas me falam de uma coisa que já sabia há poucos meses e eu juro que nunca ouvi. Outro dia eu fiquei horas tentando lembrar se o Zagallo ainda estava vivo – conta, bem-humorado, o publicitário, Thiago Silva, de 23 anos.
Cortisol
Para os especialistas, o principal vilão do esquecimento geral na idade adulta é o estresse. Níveis altos de circulação do hormônio cortisol, associado à condição, prejudicam a memória por ter um efeito negativo no hipocampo, região do cérebro crucial para a memória, e uma área que mostra mudanças patológicas muito cedo no curso da doença de Alzheimer.
– Estamos com adrenalina a mil o tempo todo. É o medo de ser assaltado, pressão do trabalho, trânsito caótico. Isso divide a nossa atenção – lamenta Eduardo Jorge, neurologista do laboratório Lâmina.
Jerusa Smid, do departamento de neurologia cognitiva do envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, concorda. Para ela, uma das principais causas de estresse e lapso de memória é a dificuldade de se concentrar numa atividade só:
– Para acessar uma informação, tenho que ter feito com que ela chegue ao cérebro e se fixe. Quando faço ou penso em 10 coisas ao mesmo tempo, pelo menos três não são consolidadas. Não consigo encontrar depois porque não estão lá. Como não dei atenção, não ficaram registradas.
Jerusa aconselha a filtrar melhor a atenção e procurar se concentrar numa coisa de cada vez. A idéia é escolher não prestar atenção ao que não interessa no momento, como a televisão ou rádio que anunciam notícias ao fundo. Ou clicar só no que realmente queremos ler numa página de jornal na internet.
Segundo Gabriel de Freitas, neurologista do Hospital Israelita Albert Sabin, a pessoa que não filtra as informações é menos eficaz no dia-a-dia, menos ágil nas respostas e tem desempenho pior no trabalho.
– Está acontecendo uma idiotização. Antigamente, quando precisávamos fazer pesquisas, tínhamos de ir em bibliotecas, ler vários textos e livros. Hoje, os alunos têm isso no toque do mouse, e não se aprofundam. Preferem ver o filme ou ler a sinopse a mergulhar num livro – descreve Jorge. – O conhecimento não é mais tão concentrado numa fonte só também. Se eu tivesse que ler todas as revistas necessárias para a minha especialidade, leria 200 artigos por mês.
David Meyer, professor de psicologia da Universidade de Michigan, está convencido que a distração crônica e a longo prazo é tão perigosa quanto o cigarro. Para ele, há um grande mito envolvendo tarefas múltiplas, porque nenhum ser humano pode efetivamente escrever um e-mail e falar no telefone fazendo as duas tarefas tão bem quanto se só estivesse fazendo uma delas. Ambas as atividades usam linguagem e o canal de linguagem no cérebro não agüenta a sobrecarga. Os “multifuncionais” mudam rapidamente o foco de atenção e isso deteriora seu rendimento, segundo Meyer.
Um estudo americano mostrou que as distrações tiram até duas horas do tempo de trabalho. Isso custa à economia americana US$ 588 bilhões por ano. Mesmo assim, a capacidade de realizar múltiplas tarefas ao mesmo tempo é um ideal social e econômico.
Preocupadas com a tendência, Microsoft, Google, IBM e Intel formaram o Information Overload Research Group, dedicado a promover soluções para o excesso de e-mails inúteis e as interrupções distrativas no trabalho.
Limite desconhecido
Não se sabe qual é o limite de armazenamento do ser humano. Desde que nascemos, começamos a armazenar, mas não temos acesso a todas as lembranças.
Há memórias de curto, médio e longo prazos, que ficam guardadas em locais distintos do cérebro, com comunicação entre elas. Elas também são chamadas memória elétrica e química. O hipocampo é o primeiro local por onde a lembrança passa, mas o processo de consolidação se dá no córtex cerebral. Registros como um número de telefone ou dados para uma prova específica geralmente ficam armazenados por pouco tempo.
– Se a informação é associada a emoções fortes, de alegria ou de tristeza, ou a estresse, é mais facilmente transformada em memória de longa duração – explica Jorge. – A repetição também influencia. Se a pessoa assiste uma aula, depois escreve, relê e aplica o aprendizado, é mais fácil lembrar depois.
Há pessoas que armazenam melhor informações visuais, auditivas ou táteis. Começa a haver uma deterioração natural a partir dos 60 anos. Nesta idade, a taxa de Alzheimer é de 1% a 2%, mas o índice dobra a cada cinco anos. Aos 90 anos, em torno de 40 a 50% das pessoas têm a doença.
[21:04] - 26/07/2008

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quarta-feira, 23 de julho de 2008

a guerra eclodiu

Demorou. Uns 20 dias e agora, guerra! Eu bem que achava que as coisas nao estavam "normais"...comentei sobre isso em outro post. Hoje sim, a mae voltou ao normal, ou seja, à sua ruindade absoluta, sua falta de amor por quem quer que seja, seu egoísmo profundo, desde sempre... afff. Minha irma conversou sobre irmos à praia...a mae disse que pensaria, e pensou rapidinhos: nao vai. Porque? ora...se ela sabe que na praia eu me sinto bem de saúde, se na praia nao tenho as dores nos ombros, se na praia eu nao tenho problemas com minha pressao... entao...ela nao vai messssssssssssssmo. Sempre foi assim, nao seria agora aos 83 anos que ela seria boazinha... nem estando ruim da memória. A ruindade está introjetada nela desde antes de ter nascido... nao será agora que vai fazer alguma coisa a favor de alguém, né? Entao, já falei um monte também... e nao vejo a hora de saber quanto será meu salário pra poder resolver minha vida e sumir dessa presença desagradável da mae.
Ufff.

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continuando...

bem, a finalidade desse blog na verdade nao é de falar de mim ou meu cansaço e sim do DA da mae...mas como todo meu cansaço e s...cheio é por causa do DA dela, entao...estou perdoada pelo desabafo...rs rs rs
Saímos hoje novamente...todo dia essa maratona agora, afff. Mas nao fomos longe como eu previa - a ideia era ir até o Museu do Ipiranga, mas eu acabei ficando pelo parque da Aclimaçao mesmo. Demos as duas voltas, ficamos sentadas descansando, tomamos sorvete e finalmente em casa novamente. Tudo em paz. E eu dormiiiiiiiiiiii.....coisa que nao gosto de fazer pela tarde, mas o cansaço é tao grande que acabei dormindo bem uma hora, sono profundo...pelo menos nessa hora nao precisei falar, fazer ou explicar nada.
A mae está ótima. Só resta saber se ela vai aceitar ir pra praia, já que a minha irma quer ir amanha mesmo e voltar na segunda...Duvido que ela aceite, mas enfim...nao custa tentar, né?

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meu cansaço

Estou cansada. Muito cansada. Se fosse possível eu iria lá pro meu apto. na Paraíba, ficaria sozinha, sem telefone nem celular, pelo menos por uma semana. Só curtindo novamente aquilo que foi "minha vida" e que ja nao é mais, infelizmente...Estou cansada de morar aqui em sampa, cansada de morar em apto (o meu, na Paraíba é terro, com um quintal exclusivo e bem grande, além de estar a 500m do mar...), cansada de ter tanta obrigaçao - obrigaçao em fazer comida todo dia, em ficar inventando coisas diferentes pra mae poder se alimentar, obrigaçao com meu filho também, claro...com a casa...Estou cansada de dar satisfaçao (justo eu, que por nao gostar disso saí bem logo de casa...) cansada de nao poder ficar de "pernas pro ar", sem fazer nada, se quiser...porque isso eu fazia quando eu vivia a "minha vida" e meu filho nunca foi problema, ele sempre curtiu "nossa" maneira de ser e viver...Estou cansada de ter que ficar explicando oque vou fazer, porque vou fazer, onde vou...e pior, sempre ter que levar a mae junto... afff...
E essa incerteza de saber pra quanto foi meu salário ainda me deixa agoniada, mas tenho que esperar chegar o dia 30... afff...E só entao poderei decidir se continuo aqui e cuidando da mae, ou se vou pra um lugar só meu filho e eu e com minhas irmas pagamos alguém pra cuidar da mae...
PORQUE EU QUERO A MINHA VIDA DE VOLTA... estou literalmente de S... CHEIO.

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terça-feira, 22 de julho de 2008

curso para cuidadores

http://www.cuidardeidosos.com.br/ - neste site voce encontrará muita coisa interessante sobre a DA e cuidadores. Estao abertas as inscriçoes para um curso dirigido a profissionais e cuidadores de idosos dependentes. Vale a pena conferir. Inscriçoes com desconto até o dia 31/7.

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nao saiu...entristeceu

Já ví que nao tem jeito mesmo, vou ter que me armar de coragem, deixar de fazer oque gosto de fazer (meus artesanatos) e começar a sair com a mae, mesmo sem precisar resolver nada na rua. Hoje saí pro dentista novamente, mas fui com meu filho, já que ele estava de folga do trabalho. E na volta, a mae já estava deitadinha, desanimada, prostrada mesmo. Mas bastou eu dizer que amanha penso em levá-la pra caminhar nos jardins do Museu do Ipiranga e já se animou toda - top0u na hora, claro. Entao amanha, eu que me arme de coragem e lá iremos nós... Eu me canso muito mais que ela, pois tenho que ficar cuidando dela como de uma criança, pois vamos de onibus... e preciso cuidar na hora de subir, na hora de descer...morro de medo de uma queda...

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segunda-feira, 21 de julho de 2008

dito e feito

Estou achando tão esquisito as coisas!!!...de repente parece que a mãe não tem nada...ou seja, pelo menos parece que tudo está estacionado. E olha que nem remédio ela está tomando...Está sim, com aquela mania de não parar quieta, de querer tomar conta de tudo... claro que de vez em quando "dá uma bola fora", mas parece que até uns 15 ou 20 dias as coisas eram mais graves...
Sei não...Bem, melhor assim, né...
Ah!!! dito e feito... hoje quando eu disse que iria até o dentista... ela se aprontou rapidinho e foi comigo. De ônibus. Tranquilamente.
Graças a Deus, mais um dia termina... em paz.

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novidade

Bem, final de semana normal. Saímos pra almoçar, ficamos por aqui depois...tudo normal, sem guerra...realmente em paz.
Hoje, uma novidade desagradável. Fui pegar um potinho plástico no lugar onde ficam guardados, quando sentí um cheiro horrível de coisa estragada. Estranhei porque alí só ficam potinhos plásticos...mas buscando, encontrei um deles... com feijao. Horrível. Claro que só pode ter sido a mae a guardar o potinho alí...nem comentei pra que ela nao ficasse chateada... além do mais certamente ela diria que nao havia sido ela, que fui eu, enfim...geraria uma discussao inútil.
Comentei com ela que daqui a pouco vou levar meus exames médicos pro dentista (por motivo dos implantes que vou fazer) ...pelos ruidos percebo que ela já está se arrumando pra ir junto...rs rs rs
Fazer oque, né? Vamos lá...

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sexta-feira, 18 de julho de 2008

volta à infancia 3

Ah! ia me esquecendo...na verdade, a única que consegue fazer aquele tal bilboquê funcionar é a mãe mesmo. Eu tentei, t entei e tentei. Mas a latinha não coopera...rs rs rs.

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volta à infancia 2

Então...quando voltávamos do parque, a pé, eis que a mãe ficou um pouco atrás e eu parei pra ver oque estava "aprontando"...e ví. Ela havia pego uma folha bem verde de uma árvore e feito um "apito", que segundo ela, sempre fazia quando era criança...E não é que aquilo fazia um barulho bem alto?...Eu, que tenho horror de bagunça na rua ou seja, falar alto, gritar, gargalhar, tive que me conter e deixá-la apitando aquela coisa e fazendo com que todos os cães das casas começassem a latir quando passávamos... ai ai ai. Tive então a brilhante ideia - e digo brilhante, sem ironia - foi brilhante mesmo, de lembrar a mãe de alguns brinquedos bem antiguinhos, desses construidos em casa...E quando chegamos em casa ela logo foi "construir" um bilboquê, com uma latinha de molho de tomate, barbante e um pedaço de cabo de vassoura...E construiu também um daqueles telefones feitos de latinha e barbante. Só não teve paciencia pra brincar com a bisneta - aliás, carinho ela nunca conseguiu demonstrar nem prá nós os filhos, nem pros netos e menos ainda pra bisneta. Mas eu brinquei com a menina...rs rs rs (ainda me resta um pouco de paciencia)...

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volta à infancia1

Hoje foi hilário. Minha sobrinha-neta dormiu aqui em casa novamente, já que está de férias. E hoje fomos no Parque da Aclimaçao, que é bem pertinho aqui de casa. A menina é louca pelo parquinho...e sorvetes. Depois de muito brincar, depois de darmos voltas completas no lago, antes de voltarmos pra casa minha sobrinha resolveu brincar no parquinho de baixo (pra quem nao conhece: sao tres parquinhos, um bem no alto entre árvores, outro no nível da rua e outro descendo pra perto do lago, entre árvores...uma delicia). Bem, a menina brincava e havia muitas "tias" de uma escolinha... um monte de pirralhos gritando, fazendo a maior farra...lindo de se ver. Mas, de repente... cade minha mae? Pra resumir: ela estava se balançando no balanço das crianças. Fiquei fria, e se ela cai? Pedí pra que descesse, afinal, aquilo é para crianças e nao para adulto... Ela desceu. E foi noutra mais distante um pouco...ví que nao adiantaria ficar questionando, resolví deixar. Ela era a mais criança de todas. Balançava alto...ria sem parar ... e uns minutos depois parou e sossegou. Foi bom pra ela.

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quinta-feira, 17 de julho de 2008

andando na rua...

Agora ela criou o hábito de caminhar todas as manhas - sozinha. Quando acordo vejo que ela já nao está. Mas estou tranquila - pouco, mas estou, pois ela me explicou que nao vira uma esquina sequer, porque acha que pode se perder...entao anda só em linha reta. Ou seja, ela tem andado uns 8 ou 9 quarteiroes e volta. Disse-me também que tem como referencial um posto do SUS que está a uns 50 m. de casa,assim nao tem como errar. E tem levado documentos, endereço, etc. Parece-me que agora ela está tomando consciencia de que algo vai errado com a memória, pois está mais receptiva às minhas orientaçoes ou determinaçoes. Porisso estamos em paz há vários dias. Eu nao descuido da alimentaçao, faço questao de fazer tudo de melhor e mais substancioso possível... ela está é gostando das novidades que invento a cada dia. E assim vamos vivendo...

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quarta-feira, 16 de julho de 2008

algumas "dicas" úteis...

Mais um dia que estamos vivendo... em paz. Nao sei, tenho a impressao que alguma coisa aconteceu com a mae que a está mudando, ainda que pouco...ou foi comigo? Na verdade tenho adotado algumas "tecnicas" aprendidas a duras penas, mas que tem mantido a vida em harmonia.
Algumas delas:
* já que a mae nao vai me deixar fazer as coisas do meu jeito... o jeito foi "dar um jeito"...rs rs. Como sei que antes mesmo que acabemos de almoçar ela já estará querendo retirar os pratos pra poder arrumar a cozinha - e isso pra mim sempre foi um tremendo stress, porque ela nao sabe economizar nada...abre e deixa a torneira aberta o tempo todo, usa detergente desmesuradamente, além de demorar horas pra lavar 2 ou 3 pratos. Qual foi o "jeitinho" que dei? Enquanto termino de preparar o almoço e por a mesa, vou lavando tudo, enxugando, guardando. Nao deixo mais nada nas panelas pra arrumar depois. Faço tudo antes. Assim, quando terminamos de almoçar só há mesmo os pratos, talheres e copos. Nada mais. Ah! deixo o fogao pra ela limpar...ela adora fazer isso! Embora ela demore muito, com essa técnica consigo fazer as coisas do meu jeito e ela tem a sensaçao que quem cuida de tudo é ela. Amém! rs
* com relaçao às roupas para lavar - eu nao gosto de lavar roupas na máquina, nem que minhas roupas sejam colocadas pra secar pelo avesso. Tenho horror disso, pois toda a poluiçao vai ficar na parte da roupa que fica em contato com a pele. Já expliquei isso pra mae, mas nao adianta. Como lavo as roupas minhas e de meu filho separadamente - e à mao, só vao pra máquina pra centrifugar - é só a mae perceber as roupas penduradas...ela vai lá e vira tudo pro avesso. Eu quase piro...mas deixo. E assim que ela sai dalí, vou e desviro tudo. Até agora ela nao percebeu, porque depois que ela faz do jeito que ela quer, sossega. E eu também, depois que eu desviro tudo, sossego...rs rs.
* palpites na cozinha - ela sempre detestou cozinhar. Mas basta eu chegar pra fazer algum doce ou bolo, coisas no genero, lá vem ela pra dar pitacos...Que resolvi fazer? peço ajuda a ela. E a maneira exata de mante-la bem longe da cozinha, já que ela gosta de fazer do jeito que entende, nao gosta de ajudar ninguém em nada. Sempre foi assim. Ou fazia as coisas quando e como queria, ou ...nao adiantava pedir um favor, pois nunca ela fazia...Sabedora disso, agora peço ajuda...Efeito reverso. Muito bom, ajuda a manter a paz.
O importante é descobrir essas "fórmulas", pois nessa altura do campeonato, discutir ou esperar que mudem pra melhor é o mesmo que dar murro em ponta de facas. Só machuca quem o faz.

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terça-feira, 15 de julho de 2008

lenta... mas continuamente!

Continuamos em paz! Sem grandes e graves ocorrencias, mas...sempre tendo diante dos olhos a triste realidade: a enfermidade toma conta, lenta, mas continuamente. Ontem conversávamos - minha irma e eu - e minha irma dizia que na noite anterior quando esteve em minha casa, conversando com a mae (eu nao estava), ela comentava sobre a festinha que as meninas Renata e Fernanda foram no dia anterior. E para surpresa da minha irma, a mae disse que nao sabia sobre oque ela falava, porque "sempre escondem as coisas dela"...Minha irma tentou lembrar a mae que um dia antes ela havia estado na casa da minha sobrinha e visto as fantasias da festinha. O resultado? a mae ficou muito brava, dizendo que agora é mania nossa afirmar coisas que ela fez sem que seja verdade. Que querem faze-la de boba, etc. A atitude da minha irma me deixou preocupada - nao sei até que ponto certa - mas pra evitar discussoes, logo mudou a conversa, dizendo: "é verdade, mae...acho que quando eu mostrei as fantasias a senhora estava na cozinha". Eu, particularmente, nao concordo com essas "disfarçadas". Acho que nao ajudam em nada. Claro que discutir com a mae também nao adianta, mas creio que o melhor seria dizer: "olha mae, a senhora esqueceu, outra hora vai se lembrar"... e mudar a conversa. Porque eu penso que se ficarmos com atitudes paternalistas só vai piorar, porque o doente "cria asas", mesmo que seja de maneira involuntária. Logo serei eu a que "inventa", "esquece", "delira"...
Vou escrever ao Dr. Norton pra ver a opiniao dele.

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domingo, 13 de julho de 2008

vida normal

Estive sem postar esses dias porque na verdade, nada tenho de novo pra registrar. A vida segue normal e tranquila - se é que se pode dizer que uma vida como cuidadora seja uma vida normal e tranquila. Mas pelo menos nada aconteceu de grave, nem de estressante que mereça registro. A mae continua do mesmo jeito: ontem se aprontou pra sair e logo me disse que assim que voltasse comeria o paozinho de queijo que o Samuel trouxe pra casa. Perguntei onde pensava ir e ela disse que iria à missa das 6. Só que essa missa a que ela se refere, acontece aos domingos, nao sábados. Quando eu a fiz compreender isso, ficou chateada, mas logo esqueceu e tudo ficou bem. Esclarecendo: ela vai sozinha à Igreja, que fica a uns 8 quarteiroes de casa....é uma reta, entao ela nao se confunde. Na volta uma das minhas irmas geralmente vai buscá-la. Mas sempre exijo que leve documento e o papel onde está o endereço e telefone tanto de casa como de minha irma. Até hoje ela tem ido bem, nao se perdeu nenhuma vez - e espero que nao aconteça. Continuo achando que deveríamos contar sobre sua enfermidade, penso que seria mais fácil (será?) convence-la a nao sair sozinha...por enquanto está impossível esse convencimento.
No mais, está comendo bem - também, né...eu "invento" cada dia uma novidade, coisas diferentes e substanciosas e isso tem ajudado bastante (e claro que em mim o efeito é desastroso....rs rs rs).
Espero que essa "paz" continue...

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quinta-feira, 10 de julho de 2008

insucesso!!

Afff...hoje a coisa está mais dificil do que nunca. Realmente a mae nao quer nada com nada. Recusou-se terminantemente a preencher os espaços das borboletas... Uma vez que ela nao sabe que tem DA, achei por bem falar alguma coisa sobre isso, de maneira preventiva. Puxei assunto sobre o fato de pessoas de idade ficarem esquecidas e expliquei oque pode acontecer se a pessoa nao se cuidar, nao procurar seguir as orientaçoes da geriatra, etc. Disse-lhe também que ela é uma felizarda, porque tem gente que se preocupa com ela, que procura fazer coisas pra que ela tenha uma velhice saudavel... Como resposta recebo aquele ar de desprezo, insuportável.
Ao final...ela virou as costas e simplesmente disse que nao vai ficar atras de ficar fazendo coisas que nao esta interessada em fazer, que tudo isso é besteira... que tem muita gente que nao faz nada disso e morre bem velha e lúcida.
Fim. Dá pra insistir? Dá pra ter pena? Deveria, mas a mim nao dá...

E as borboletas? Eu mesma terminei, ficaram lindas...rs rs rs.

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mais uma tentativa frustrada

Resolvi deixar o blog aberto, só minimizado, pra ir escrevendo aos poucos. Mas já ia esquecendo:
depois do fracasso no estimulo para a jardinagem, resolvi tentar outra coisa. Já que tenho tintas à vontade, porque nao fazer um trabalhinho bem simples que aprendí outro dia e ela achou lindo?
Pois entao, pensei que ela poderia fazer alguns adesivos bem simples. Peguei um desenho de borboleta, de tamanho bom e sem detalhes, coloquei dentro de um envelope plástico transparente, a tinta dimensional e chamei a mae pra me ajudar. E tudo bem fácil, basta pegar a dimensional e passar sobre o contorno da borboleta. Expliquei o objetivo e mostrei uma já pronta que eu havia feito outro dia. Ela se encantou, mas quando eu pedí que ela fizesse uma, se recusou imediatamente... disse que nao tem mao boa para esse tipo de trabalho. Simplesmente largou a dimensional ali, nao se deu nem ao trabalho de fechar o tubinho...Disse que nao quer saber dessas coisas...
Agora eu pergunto: como ajudar uma pessoa assim? Sinceramente, tenho vontade de largar de mao. Acabei eu mesma de contornar as borboletas. Estao secando e assim que estiverem bem secas, vou tentar novamente... agora pedindo para preencher os espaços (que sao bem delimitados e sem detalhes). Espero ter mais sucesso...
Porque estou tentando isso? Porque a geriatra dela me disse que a partir de agosto ela terá também no consultório, uma terapeuta ocupacional...porque - como já sabemos - é muito importante para o idoso, ter com que se ocupar... e principalmente fazer coisas novas, coisas fora da rotina...E como sou artesa...porque nao começar logo? Dificil é convercer a mae de fazer alguma coisa - e olha, nao se trata de "aprender"... só de reproduzir...mas enfim, vamos ver como isso será...

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tentativa frustrada

O dia amanheceu lindo, com sol, calorzinho...Eu amo dias assim, dá vontade de fazer mil coisas...O mesmo nao aconteceu com a mae. Ela amanheceu desanimada. Mais que em outros dias, olhando pro nada, totalmente perdida. Quando dei por mim, já estava pronta para sair pra rua. Disse que iria na calçada tomar sol (porque nao tomar sol na sacada?). Pedi que pegasse os documentos, nao é bom sair sem eles. Ela nao gostou, fez cara feia mas foi pro quarto, fingiu pegar os documentos, mas... saiu sem eles. Fiquei alerta. Logo ela retornou, mais mal humorada ainda, nao sei porque. Ficou lendo alguma coisa, depois quando percebi estava sentada na poltrona do quarto, no sol... totalmente alheia a tudo. Me armei de paciencia e fui até ela, perguntei se estava bem... foi como se eu tivesse pressionado o botao "liga-desliga". Já era outra pessoa. Disse que estava um pouco desanimada - e eu comecei a "puxar assunto" e logo ela estava normal outra vez. Peguei as jardineiras que minha irma nos trouxe, a terra que comprei, as sementes...coloquei tudo na sacada que dá pra rua, incentivando-a a plantar, já que isso é algo que ela gosta muito. Mas... encontrou mil obstáculos e recusou totalmente - e com grosseria, como nao poderia deixar de ser. As coisas ainda estao lá na sacada. Quem sabe ela nao muda de ideia e nao vai plantar? Pois bem.... vamos esperar pra ver.

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quarta-feira, 9 de julho de 2008

09 de julho 2008

Tivemos um dia cheio... e em paz. Pelo menos eu tive forças suficientes para nao brigar quando ela entrou no meu quarto e começou a arrumar - mesmo sabendo que eu literalmente odeio isso. Eh uma total invasao de privacidade, mas resolvi ficar calada e continuar arrumando os armários da cozinha... em paz. Fomos tomar lanche na casa de uma sobrinha e pude observar mais um detalhe triste - a mae foi, durante todo o trajeto de casa (Aclimaçao), até o Campo Belo, tentando abotoar a malha de la. Nao dava certo os botoes e suas "casas". Precisou que minha irma lhe mostrasse onde estava a confusao. Mas levamos tudo na brincadeira, "disfarçamos" dizendo que ela nao estava conseguindo porque a casinha era muito pequena, porque os botoes eram escuros, enfim...tudo para ela nao se chatear.
E assim, mais um dia se foi. Com a graça de Deus.

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09 de julho 2008

Um dia feriado, com sol...lindo dia! E eu aqui, nesse sarcófago...
Bem, prá nao "desvirtuar" o propósito deste blog, nao vou falar sobre oque estou sentindo ou pensando em fazer. Vou me ater no que a mae anda "aprontando", por conta da DA. Na verdade, embora eu continue certa de que muito é pura ruindade e nao tenha nada a ver com a enfermidade, algumas coisas no entanto merecem ser destacadas e que isso sim, faz parte da DA. Outro dia, minha sobrinha veio aqui para deixar minha sobrinha-neta passar a noite com a bisa. Milagrosamente veio com ela, outra neta...e entraram em casa!! Digo milagrosamente porque ninguém, ninguém mesmo, tem prazer em vir à nossa casa, e muito menos ver a mae. Quando vem alguém aqui é por pura "obrigaçao" familiar, nao mais que isso - porque afinal, foi isso que a mae plantou durante toda sua vida. Agora colhe. E eu, que infelizmente estou junto, colho também (mas isso vai mudar, o se vai...pq assim que eu puder, caio fora!). Bem, voltando à mae: ela conversava com a neta, contando um acontecimento, mas misturando tudo...dizia à neta que ela (mae) e o pai dela (da neta, ou seja, seu filho), por terem quase a mesma idade...Bem, nessa altura a neta olhou pra mim sem entender nada e eu entrei no assunto, esclarecendo - a mae estava confundindo o tempo e os personagens da narrativa. Na verdade ela se referia ao irmao dela, o fato havia acontecido na infancia...Enfim, a história terminou de maneira que a mae nao ficasse chateada por confundir tudo -eu, como sempre, procurando fazer as coisas nao serem tao crueis para ela. Mais tarde, ainda na mesma reuniao ...no meio da conversa ela entra com um assunto que nao tinha absolutamente nada a ver com o que era conversado... mas nada mesmo! Nao me recordo bem oque ela disse, mas era totalmente fora do assunto e absolutamente sem nexo. Eu sinto que as coisas estao piorando, lentamente piorando... e o pior, por mais que eu leia, pesquise, procure me informar para poder oferecer melhor qualidade de vida a ela (coisa que ninguém tem interesse em saber!) ou para tentar sei lá o que para que a enfermidade nao avance - ou ao menos que seja um processo mais lento - nao consigo colocar nada em prática, nem as coisas mais simples, porque ela simplesmente, com sua ruindade nata, dá "cortadas" violentíssimas em mim. E isso porque ela nao sabe que tem a DA...porque se souber, aí sim o inferno se instalará na casa... afff. Que fazer?
sigo pensando que o melhor será eu e meu filho sairmos daqui...antes que eu me enferme tb.

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segunda-feira, 7 de julho de 2008

07 de julho 2008

Fim da trégua. Minha mae resolveu me atacar novamente. E eu perdí a paciencia novamente. A minha vontade é começar a procurar um lugar pra mim e meu filho e deixá-la aqui mesmo. Talvez seja melhor arrumar qq pessoa que venha cuidar de fazer o almoço, coisas no genero e eu garantir a minha felicidade, porque com ela realmente nao dá - nunca deu - pra alguém ser feliz. Eu continuo tendo a certeza que essa ruindade toda nao é por causa de enfermidade alguma, afinal, ela sempre foi assim... um pé! Isso penso porque se fosse coisa da DA, seria diferente, mas ela faz questao de cotucar onde ela sabe que dói. Ela sabe escolher bem as palavras pra ferir...se fosse efeito da DA ele chingaria, ofenderia, mas sem noçao do que estaria fazendo...mas a mae capricha, ela tem sim, noçao do que faz e do que fala. Porisso nao tenho pena alguma...e também nao vou me calar. Fala e eu revido. Se é pra doer, as duas vamos passar pela dor. Só vou me calar quando ela começar a ofender dizendo "nada com coisa nenhuma", enquanto ela falar coisas com sentido, propositadamente, também nao me calarei. Estou furiosa, nao pedi pra nascer... nao preciso dela pra nada, ao contrário, ela é que precisa de mim, já que nenhum filho quer saber da presença dela. Aliás,nem filhos nem netos.
Que saco!

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quarta-feira, 2 de julho de 2008

02 de julho 2008 (ultima parte)

Entao... agora ha pouco ela saiu do quarto e foi na cozinha beber água...e de repente, volta reclamando consigo mesma, pois havia calçado só um pé do seu chinelo de quarto. Me lembrei na hora de um video que ví outro dia...triste, né?
Parece que agora estou conseguindo mudar meus sentimentos em relaçao a ela...
Bem, agora ela já se deitou... disse que ainda está muito cansada. Mas amanha já sei... vai levantar dizendo que nao dormir sequer um minuto. Vamos ver.
Paz!

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02 de julho 2008 (continuaçao)

Hoje ela queria dinheiro, pois estava sem nada e ela nao gosta de ficar sem uns trocados, que segundo ela, podem ajudar numa emergencia. E tem razao, né? Entao resolveu preencher um cheque, dizendo que já que iríamos até a Farmácia de Alto Custo, poderíamos passar no banco onde ela tem conta, que era bem pertinho. Expliquei que nao seria possível: a Farmácia fica no Glicério e a agencia bancária fica perto do Museu do Ipiranga. Bem, ao preencher o cheque, ela começou pela assinatura. Eu comentei que apesar da idade a letra dela continua bem bonita e entao ela respondeu: bem, ainda nao esqueci o meu nome, já é alguma coisa... mas de vez em quando fico pensando...oque será que eu tenho que escrever depois do F.? (F é a inicial do sobrenome de solteira - ela assina Leonor F. Salvador). Fiquei triste, percebo que logo mais ela estará esquecendo isso também. Preencher o cheque é outra história: ela nao preenche, mas hoje eu a incentivei a preencher, dizendo que ela conseguiria e eu iria dizendo oque escrever e assim foi. Pra ela, uma vitória. No caminho de volta ela quis tomar sorvete. Paramos num bar, escolhemos e entao eu disse: olha, o caixa é alí, vai pagando enquanto eu tiro o papel do meu picolé (fiz para testar). Ela se recusou, me deu o dinheiro e falou que eu pagasse...Saímos dalí e entao eu disse a ela que isso é prejudicial a ela mesmo. Uma vez que eu esteja junto, ela pode fazer pequenas coisas que eu estarei sempre perto para cuidar e ajudar... Vamos ver na proxima vez. Subíamos a Lins de Vasconcelos a caminho de casa e de repente ela disse que conhecia aquela rua, mas nao lembrava o nome. Eu também nao disse...quando chegamos na esquina eu perguntei a ela se havia se lembrado. Nao, nao havia... entao eu a orientei a ler a plaquinha com o nome da rua...Eu tenho convicçao que assim estou ajudando, pois limito a dependencia dela. Ela se acostumou que sempre alguém fazia as coisas pra ela...mas eu quero ver, na medida do possível, claro... mudar esse quadro de dependencia total. Há muitas coisas que ela pode resolver sozinha (claro, com minha discreta supervisao).
bem, logo mais a terceira e última parte de hoje.

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02 de julho de 2008

Mas um dia em paz com a mae. E morrrrrta de cansada de tanto andar. Eu precisei ir até a farmácia de alto custo do SUS pra levar a nova receita que a geriatra passou, para poder trocar o remédio, já que o Eranz fez muito mal. Só que, como eu havia dito a ela que logo depois do almoço sairia pra fazer essa tarefa, eis que quando eu percebo ela já estava pronta para irmos juntas. Bem, eu que pretendia fazer tudo a pé, já que nao é tao longe de casa, tive que tomar onibus, porque seria penoso faze-la caminhar tanto. Mas na volta nao escapei, ela nao queria de jeito nenhum voltar de onibus, queria andar. E andamos. Do Glicério até a Dom Durate Leopoldo, que é onde moramos. Em cada ponto de onibus sentavamos por uns momentos no banco de espera para descansar. Chegamos e ela logo dormiu - profundamente! E eu também, claro. Estou me sentindo cansadérrima, todo dia essa maratona de andar, andar, andar...ainda cuidar da casa, da alimentaçao...afff.
Vou continuar a narrativa em outro post. Estive pensando... eu deteste ler "posts" longos. Acho que isso deve ser geral. Entao vamos lá... ao outro post.

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terça-feira, 1 de julho de 2008

01 de julho 2008

Continuando a história de ontem...e o passeio com a mae.

A parte triste da história toda foram os momentos de total ausencia de memória. Na doceira, por exemplo, ela pediu um doce de massa folhada. Nao conseguia cortar. Eu expliquei como comer o doce sem fazer bagunça, mas foi como se eu nao dissesse nada. Ela pegou o doce com as maos e a bagunça foi geral. Sujou o balcao, o nariz, o casaco marrom que vestia ficou tao sujo de açucar vanile que a balconista precisou pegar um pano molhado para que limpássemos tudo. Era uma perfeita criancinha. Na visita à amiga, chegou um sobrinho para visitá-la também. Minha mae, que o conhecia, resolveu me apresentar a ele... e disse que eu sou a filha que mora muito longe, em Joao Pessoa. A amiga ficou sem entender e pergunto: "mas ela agora nao mora com voce?". E ela simplesmente disse que nao, que há mais de dez anos eu moro em Joao Pessoa. Isso significa que naquele momento ela nao se lembrou que eu moro com ela. Fomos depois a uma loja de móveis e na saída ela diz pra vendedora: "bom final de semana"... só que ainda era segunda-feira!
No mais...vamos vivendo. Cada dia um dia. Cada dia uma novidade... ora alegre, ora triste.
Por enquanto - e espero que por muiiiiiito tempo... em PAZ.

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01 de Julho de 2008

Às vezes eu fico pensando se meu juizo é muito certo...rs rs rs. Faço algumas coisas e depois eu penso no que fiz, acho que exagero em algumas atitudes. Minha mae, em tempos longínquos, gostava de sair de onibus e ir ver vitrines em lojas - no tempo em que se podia andar mais tranquilos pelas ruas. Ainda viviamos todos juntos, ela, o pai e quatro filhos.Depois nosso pai morreu, ela se abateu bastante, eu saí de casa, uma irma se casou, o irmao também...e a mae ficou morando com uma outra irma, que com o tempo foi assumindo toda a casa, com despesas, controle financeiro do dinheiro da mae, etc. A vida foi tomando outros rumos, os passeios agora eram só em carros bons, viagens, etc...até que um dia minha irma também nao podia mais aguentar o geniozinho dificil da mae e saiu de casa. Nesse tempo a mae já tinha mais de 70 anos. Ficou morando sozinha no apto, mas essa minha irma sempre cuidou de tudo... a mae nunca teve que se preocupar com nada, nada mesmo. Agora a situaçao mudou novamente: eu, por motivos particulares, voltei a S.Paulo com meu filho... e por necessidade mesmo tive que vir morar no apto com a mae... e o restante da história voces já leram em outros posts. Hoje eu já teria condiçoes de morar afastada outra vez, mas com o surgimento dessa enfermidade, nao tenho coragem de sair do apto... prefiro aguentar o tranco, mas nao ter peso na consciencia mais tarde.
Só que ainda nao tenho carro, entao... faço tudo em onibus. E de repente me surgiu a ideia de levar a mae a passear nos moldes de como ela fazia antigamente...Assim foi que ontem, já que eu precisava ir ao dentista... levei a mae ate a Rua Silva Bueno no Ipiranga... e andamos de um lado pro outro, olhamos tudo que foi vitrine, comemos doce na antiga Doceira Delicia - que é uma delicia mesmo...visitamos uma antiga vizinha da mae...e essa maratona durou umas 5 horas.
Chegamos em casa quase mortas de cansaço... mas ao chegarmos ela quis comer, tomar leite e dormir. E assim foi, ela dormiu umas duas horas seguidas... e quandose levantou, assobiava alegre e faceira. Mas agora fico pensando se nao abusei...no entanto, estamos planejando outra maratona para semana que vem...

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