sexta-feira, 26 de setembro de 2008

contar ou não contar?

Uma questão que surgiu num dos grupos do qual participo é sobre se devemos ou não contar ao paciente sobre sua enfermidade. As opiniões variam muito, algumas pessoas até demonstram certa irritabilidade ao defender seu ponto de vista. Na minha opinião - e se fosse comigo - gostaria sim, de saber. É uma questão simples de manter a dignidade da pessoa. No caso da minha mãe, não contei "com todas as palavras", porque conheço a mãe que tenho e se eu disser que o que ela tem é DA, simplesmente ela vai se deitar e ficar ali totalmente prostrada, esperando a morte chegar. A posição que tomei foi a de contar com palavras certas, na hora adequada, mesmo porque ela não é boba e questiona o porque de ter que tomar o remédio pra memória. Devagar e com o tempo fui comentando como é o processo de envelhecimento dos neurônios, expliquei que se ela esquece as coisas ou confunde tudo é porque os neurônios, que também tem 83 anos já estão cansados e assim como um motor de carro precisa de oleo pra funcionar bem, o cérebro também precisa de medicamento para se manter ativo. Como ela tem plena consciencia de que a memória dela está cada dia mais confusa, ela sempre faz algum comentário e nesses momentos aproveito e falo mais um pouco, muitas vezes digo que se ela não se cuidar poderá desenvolver Alzheimer... E é interessante como ela ainda não fez a "ligação" entre oque está acontecendo com ela e o que acontece com a avó do esposo da minha sobrinha, que também tem DA...Penso mesmo que seja providência divina, assim ela não sofre tanto.

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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

mudanças...

Como este blog não tem pretensão alguma, a não ser a de ser canal de desabafo ...quando fico sem postar é porque tudo está muito bem, graças a Deus. Isso significa também quando venho postar... é porque certamente já me estressei. Assim é. Porisso estou aqui hoje. A mãe tem tomado galantamina e tem estado muito bem, os efeitos colaterais como enjoo, dor de estômago, sonolencia... foram só nos primeiros dias. Mudei o horário da administração do medicamente e parece que resultou melhor, pois elaq dorme bem todas as noites, acorda disposta, sem náuseas, etc. O apetite dela tem melhorado, há dias que me espanto com o tanto que ela tem almoçado. Eu de minha parte continuo me esforçando para fazer cada dia uma novidade, muito alimento pastoso para acompanhar o arroz e feijão...enfim, ela continua ganhando peso.
Mas como as coisas não são perfeitas, tenho notado nos últimos tres dias uma pequena mudança de comportamento: ela está agitada, ou seja, anda muito dentro de casa... sai para a calçada, volta, dá uma volta no quarteirão, volta, anda pra lá e pra cá...e infelizmente a mania de limpar voltou com força total. Eu tenho deixado que ela fique limpando oque já está limpo, pois assim gasta energia... mas o pior é que já começou novamente a se meter onde não é chamada, ou seja, já está começando a querer limpar o meu quarto, arrumar meu material de artesanato, enfim...já está me irritando. Até que hoje quando eu dizia que não queria que ela mexesse em nada do que é meu...ela foi absolutamente agressiva com palavras, algo além do normal (já que é bastante estúpida naturalmente)...Deve ser efeito do remédio...vou continuar observando.
Neste exato momento ela ainda está mexendo na cozinha, já que antes mesmo que meu filho e eu terminemos de almoçar ela se levanta da mesa carregando pratos, copos, etc pra lavar, porque decididamente ela não me permite fazer isso....lamentavelmente desde as 12:30h (e agora são 14:05) ela está cuidando de louças que consistiam em 3 pratos, 3 copos e talheres, já que quando eu coloco o almoço na mesa, tudo o mais já está lavado e guardado...afff

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