sexta-feira, 12 de agosto de 2011

um dia muito triste

O dia hoje amanheceu bonito, com sol...apesar de um resfriadinho chato, comecei a faxinar o meu apto. que anda deixado de lado por causa dos muitos trabalhos artesanais que tenho por fazer.
Bem, oque chateou muito agora há pouco foi a triste notícia que recebi da parte de uma de minhas irmãs...Ela veio até o apto. da mãe para dar o jantar, já que eu precisei sair para dar uma aula de reforço escolar. Oque ela me disse foi algo que sabíamos que um dia aconteceria, só não esperávamos (bem lá no fundo) que isso pudesse acontecer com a "nossa" mãe. Parece irreal, um pesadelo. A minha preocupação sempre foi que um dia eu poderia ir até a mãe e ela não me reconhecer, mas aconteceu ontem à noite com a minha irmã. A mãe simplesmente conversou (sobre os mesmos assuntos de sempre: os que já são falecidos), mas falava como se a minha irmã fosse uma de minhas tias... ela se referia aos irmãos falecidos como se somente ela e essa minha tia estivessem vivas.
Com jeitinho minha irmã foi explicando o equívoco e então a mãe parou de falar, olhou pra ela e disse..."ai...estou confundindo tudo, deixa eu pensar ..."...e logo em seguida disse "não adianta, esqueci tudo", não sei nem do que estava falando. Minha irmã deu voltas no assunto para que ela não se preocupasse, mas depois de um tempo ela voltou a se referir à minha irmã como sendo a minha tia (a ultima que faleceu, agora só minha mãe está viva). ISSO É ABSOLUTAMENTE LAMENTÁVEL, TRISTE, ANGUSTIANTE.
Mas é a vida. Infelizmente temos que passar por essas coisas...faz parte. Só Deus pra nos dar forças.
abç

4 comentários:

Maria do Carmo disse...

Maria
Continuo acompanhando teu blog e tua longa caminhada.Passei pelas mesmas angústias e te compreendo.
Quanto a volta ao passado e o desconhecimento do presente realmente é muito triste, mas é a referência de vida que ainda resta. Muitas vezes, tentei ajudar a minha mãe a reoorganizar suas lembranças.Fiz até um álbum com poucas fotos e todo legendado explicando quem era cada familiar, etc. Ela só conseguia lembrar no exato momento em que via a foto. Ao folhear a próxima página era tudo um livro em branco, novamente. Então percebi que era melhor deixar que lembrasse o que ainda era capaz e me sustentei fazendo a minha parte.Procurei dar carinho,ajudar,independente de quem eu podia representar naquela hora.Vi que tentar recuperar lembranças de uma pessoa com D.A. deixa-a mais ansiosa, agitada e angustiada.
Fica tranquila, mais tarde,concluímos que não estávamos tão só assim, muitas coisas acontecem exatamente para amenizar nossas tristezas.Às vezes, é só uma questão de interpretação.Veja tudo pelo melhor ângulo,por menor que seja.Um abraço.

Ju disse...

Gente, procurando algo na net, para troca de experiencias, encontrei este blog. Sou cuidadora da minha mãe com alzheimer, e tem dias que vivo um verdadeiro inferno com sua agressividade e agitação. Ela sempre foi uma pessoa mto agressiva e agora td fica potencializado. Agressão com palavras e fisicamente tbm. Mas o pior é qdo ela quer embora pra casa dela, pq diz que seu pai (meu avô) está sozinho e precisa se alimentar. Eu não tenho mais saidas pra esta situação. Td que eu falo, ela nao aceita. Digo que seu pai está bem, (ele já é falecido há 20 anos), e que a comida dele está quentinha, e que tem gente tratando dele, mas ela não acredita, e grita mtoooooo. Tem dias que chama meu nome a cada 3 minutos, e eu fico meio que enlouquecida. Ela fala o nome que vem na mente. Mtas vezes nem é o meu nome, é de outro parente. Tem mtos momentos que não é comigo, (filha), que ela fala..... neste momento ela não me vê sua filha, e sim como uma "funcionaria" quee stá trabalhando aqui. Ela não sabe onde está. não tem noção de tempo, nem entendimento do que falamos.
Estou ficando depressiva.

abço
Jurema

Maria do Carmo disse...

Ju e Maria
Por experiência própria sei exatamente o que estás passando. Aconselho-te a falar para o médico de tua mãe sobre a agitação e agressividade dela pois ele tem como medicá-la de forma que diminua um pouco essas reações, que são reflexos normais de um doente de Alzheimer. Você tem que se cuidar também. Procure um grupo de ajuda, um amigo, desabafe e reserve um tempo para recarregar as suas energias...por mais difícil que seja, é extremamente necessário.
Sugiro tb o blog "quando pais viram filhos" é muito bom. Força!Um abraço de quem já passou por tudo isso.

Sara Patrão disse...

Maria daqui de Portugal um abraço com força...minha sogra tem Alzheimer e vive com a gente e é muito complicado :)
Bj