domingo, 29 de junho de 2008

29 de junho 2008

Continuamos em paz, embora no meio da semana houve um dia em que ela veio com a mesm a história de sempre: "a casa é minha", "faço na minha casa como eu quiser", "voce inferniza minha vida"...enfim, um monte de coisas que deixam profundamente irritada. Desta vez, no entanto, agí diferentemente: tive que ser rude, e fui. Deixei bem claro que quem sustenta a casa sou eu. Só isso. Ela se calou e pronto, logo depois tudo voltou ao normal. Porisso ainda tenho muita relutancia em acreditar que essas agressoes sao tudo por motivo da enfermidade. O histório de vida dela nao me deixa - nem a meus irmaos - acreditar que faz parte da doença. E um mau genio insuportável e porisso, ninguém vem visitá-la, apenas uma das minhas irmas é mais presente - e sinceramente? acho mesmo que seja mais por remorso ou culpa (de algo que nao fez, mas que a mae sempre conseguiu nos impor)...Lamentável, né? Mas... falando do que realmente é parte da enfermidade: ela continua confundindo tudo - nunca sabe o dia do mes, da semana. Pergunta mil vezes a mesma coisa, mesmo que ela acabe de dizer "chau" pro meu filho quando ele sai pro trabalho... cinco minutos depois me pergunta onde ele está, se voltou pra casa na noite anterior, coisas do genero.
Hoje lí um blog de um rapaz que é cuidador de sua mae: http://www.quandopaisviramfilhos.blogspot.com - muito emocionante e sofrido, mas me fez perceber que quando existe amor as coisas ficam mais fáceis. A situaçao da mae deste rapaz é bastante avançada, muito triste, mas nos poucos momentos de lucidez que ela ainda tem é incrível o carinho que ela demonstra por ele e pelos demais filhos...um carinho emocionante! Coisa que na realidade eu nunca vivi - nem nos tempos que minha mae tinha saúde mental perfeita... E isso que torna a minha situaçao bem mais estressante.
Mas vou levando. Os que estao me deixando sozinha nessa...deixo nas maos de Deus.

Um comentário:

Rodrigo A. de Freitas disse...

Olá Maria, eu sou o Rodrigo, do "Quando Pais Viram Filhos". Em primeiro lugar, gostaria de agradecer pela indicação do meu blog, colocarei um link para o seu também.

Maria, fiquei muito sensibilizado com os seus textos; eles me remeteram diretamente ao meu passado recente, quando minha mãe começou a apresentar os sintomas de DA. Eu passei exatamente por tudo isso que você vem passando até o dia fatídico do acidente, onde minha mãe pulou a galope por toda essa fase inicial da doença.

Quero dizer que entendo perfeitamente toda a sua frustração, raiva, ódio e a confusão de sentimentos; Gostaria de ter algo sábio e inteligente para lhe dizer e ajudar a tranquilizá-la ou dar forças, mas a única coisa que posso dizer é que o tempo irá te ajudar a superar tudo isso; Você ganhará a serenidade e a frieza necessárias para enfrentar a situação, todos ganhamos cedo ou tarde.

Estou aqui para ajudá-la no que for preciso, sinta-se livre para perguntar, tirar dúvidas ou simplesmente conversar comigo.

Rodrigo